Wednesday, September 16, 2020

 Bem, parece que a essas alturas preciso assumir que isto não seja um diário.

de todo modo, escrevo aqui.

quando me dá na cabeça, lógico.

Apaguei meu instagram... fiz um instagram pra tirar fotos dadaístas e arrumar uma distração.

Foi interessante por um tempo, depois encheu o saco.

As berinjeleiras estão em flor. Plantei as mesmas tem uns 3 meses.

Um mês depois das batatas doces.

Os tomates estão nascendo por todo lado.

Aqui, em casa, na casa paroquial

eu amo plantar.

eu não aguento mais a falta de perspectiva sobre qwuando a pandemia vai acabar.

eu quero que acabe logo

já pensei em me matar.

fui na minha mae e levei antonio, um dia...

foi mais ou menos há 45 dias. acho que vou amanhã d enovo. ele gosta.

a mãe de gisele não tá bem. Não sei como, na verdade, se pelo cancer, se pela quimio, se pela pandemia, se... mas n tá bem. tá magra. tá abatida.

Eu não to bem tb não.

fiz um projeto que dá cestas de hortifruti pro zoto. acredito em hortifruti.

é um projeto decente. é bem estruturado. como usual, todo mundo pulou fora na hora H e me fudi sozinho.

to tentando automatizar ele ao máximo. participam espíritas da sociedade espírita primavera, e católicos da comunidade adorai, e nós.

Deveriam participar metodistas, tanto ligado ao moisés coppe quanto da igreja do bela aurora.

mas o pastor da bela aurora não me responde, e o moisés sumiu.

sumiu mesmo. não responde zap, não atende telefone, nada.

Eleições estão no at.

PT, PSOL, PDT, PSTU... puta merda. Todos tem candidatos. suponho que todos vão perder, e quem vai ganhar é sheila, que é do PSL. o mesmo partido de Bolsonaro. Puta merda.

Estou com medo do pós pandemia, se houver um.

estou com medo de tudo.

ontem cortei a franja de antonio pra parar de cair no olho dele. hoje cortei meu próprio cabelo. ambos resultados bem ruins. o meu pior. 

eu amo meu filho, ficarei vivo por ele.

tem doutorado em birminhgam que posso fazer. birmingham da inglaterra, nao do alabama.

estou cansado, quero não dormir. quero acordar. quero viver.

amo meu filho, amo minha esposa, amo plantar.

quero uma kombi vermelha e 1 alqueire e sumir no meio do mato, saio de lá uma vez por semana pra dizer culto.

foda-se todo mundo. estou isolado, me sinto abandonado, mas sei que não é o caso. 

raramente a gente sente o que é o caso.

Friday, September 4, 2020

Andei escrevendo em papel, e considerando organizar a coisa como um diário mesmo

 Mas desisti.

Não sou de diários, de ordem, de métodos com eu mesmo, porque tenho de o ser o tempo todo com tudo o externo, especialmente trabalho, que está atrasadíssimo.

Mal consigo tocar no teclado, mal consigo pensar em trabalho, mal consigo sofrer ou rir ou ...

Só consigo ter medo.

Estes foram meses de medo, desde a última postagem

Por isso eu volto hoje a postar.

Na desordem mesmo, mas se Deus quiser diariamente.

Morreu muito mais gente desde a última postagem...

Hoje são 125.500 mortos.

Escrevi isso ó

Cento e vinte e cinco mil e quinhentos!

Produz! Trabalha! Máscara! Trezentos conto!

Isole-se! Dois metro!

Eu uso más-ca-ra... más-ca-ra...

Delegada! Obama Junior!

Tudo isso vai passar!

Tira a máscara moleque!

Todos vamos pegar!

Olá, eu, como vai, eu, já sarou, eu? Não era covid, não era.

Retalha! Planta! Colhe!

Trabalha! Escreve!

O quê? Preguiçoso!

A Natureza segue bem! Tudo está bem!

Máscara! Máscara! Máscara!

Respire! Entube! Trinta e três, trinta e três, trinta e três!

Vacina de gato! Coronavac! Sinovac! Sputnik cinco! Soberana zero um!

Arroz é vinte e dois, Máscara! Máscara!

Estupra! Aborta! Mata criança! Solta estuprador! Mata estuprador!

Novela! Novela!

Pê-cê-érre!

A vida não pára! Não pára!

Não desista! Máscara! Máscara!

É só uma gripezinha.

.=..

E é isso. Até amanhã.

tchau.

Tuesday, June 16, 2020

Nestes dias eu fiz muito das mesmas coisas...
No dia 01 de Junho fiz compras, pelo Aplicativo de mensagens, pedi delivery.
Comprei muita coisa, gastei um belo dinheirão, pensando em não sair jamais, nem em pedir mais nada jamais, e ficar em casa.
Pedi que entregassem na casa paroquial, lavei ou limpei tudo, levei pra casa.
Uma festa. 
Quanta comida!!
Fiquei olhando e pensando e torcendo pra poder comprar comida de novo...
Mas meus planos de não sair de casa foram por água abaixo.
Minha irmã mais velha, que tem 59 anos, foi finalmente posta em home office. Trabalha num hospital, o HU, no setor de imagem.
É terceirizada, digita os laudos...
E eis que finalmente em home office, o computador falha.
Era um defeito no HD, constatei na primeira conversa.
Busquei o computador, arrumei o HD mediante o retirar e consertar com outro computador, reinstalei e devolvi.
No dia seguinte, ou poucos dias depois, ela me liga de novo: outra falha. Me descreveu o que era, e constatei ser a bateria da BIOS.
Coloquei pra ela uma bateria usada, que estava num controle remoto quase nunca usado. Acabou...
Levei outra bateria, troquei, aproveitei para a ensinar a resolver um problema com o celular...
E em casa, arranquei a roupa, pus a lavar, não lavei até hoje...
Tomei banho.
Foi meu último contato.
Ainda estou com medo de ela ter pêgo de mim ou eu dela, ainda não fazem 14 dias que fui lá.
Fazem dez...
Que medo.
Ao longo dos últimos 12 ou 14 dias tenho cuidado de batata doce. Ganhei mudas, as enraizei na água, já plantei 16, vou plantar outras 15 ou 16 amanhã.
No dia em que plantei as primeiras, que foi quarta da semana passada, dia 10, Antônio veio comigo. Pareceu se divertir muito, se molhou, se sujou... brincou, riu. Quis ficar vendo vídeo sem parar, não deixei.
Não tenho deixado...
Mas... o que há de muito mais pra ele fazer? Brincar com os mesmos brinquedos, na mesma casa, com a mamãe e o papai, sem outras crianças, ligar de videochamada (ele tem achado pouca graça nisto ultimamente)...
Poucas opções!
Recentemente ele se reencantou em trocar os CDs do som. O aparelho de som tem um carrossel para 3 cds, e ele quer trocar, quer os ver mexer, quer girar o carrossel... eu deixo. Eu ajudo. Porque ele tem direito de se divertir! E não tem sido divertido...
Enfim, deixei que ele se molhasse. E se sujasse. Apenas evitei o contato com uma aranha buraqueira, que nunca tinha visto igual, e que infelizmente matei antes de arriscar. Depois, olhando numa chave, acredito que ela não oferecia nenhum perigo real.
Sujou-se.
Eu também me sujo na terra... Além das batatas, o amigão Fábio me trouxe de presente mudas de berinjela e banana nanica. As berinjelas ainda estão na sementeira, vou as por no chão amanhã ou quinta.
E também semeei abóboras, morangas, abobrinhas... Comidas.
Plantei também um chuchu, que parece que vai pra frente...
E escrevi timidamente algumas páginas de tradução...
Arrumei também um sistema de captação de água de chuva na casa paroquial, para que não gaste demais em irrigação.
Tenho me ocupado...
Á noite, eu e a esposa linda também nos ocupamos com brincadeiras de adultos muito prazenteiras e divertidas. Sexo, que fique claro!
Mas o buraco se afunda cada vez mais. 
Já somos o segundo país com mais casos, e também o segundo onde mais morre gente, isso com números oficiais... se for ver a estimativa de alguns estatísticos, já passamos e muito.
Se o primeiro texto que pus neste diário dava conta, há 90 dias, de 300 casos e 1 morto, hoje são mais de 44 mil mortos e 600 mil casos. E o governo não caiu. Não acredito mais que vá cair. 
No meio disso tudo uma mulher matou o filho da sua empregada no Recife. COlocou o menino num elevador, sozinho, com 5 anos de idade, apertou o botão do andar 9. 
Ele estava procurando a mãe, negra, babá dos filhos dela, mas ela não quis esperar ou cuidar dele enquanto a empregada levava o cachorro pra passear.
Pos o menino no elevador, apertou  botão do andar superior (a mae estava na rua e não acima...) ele desceu, procurou a mãe, não a achou, caiu e morreu.
E ela ao ver o menino caído ao invés de se apressar em socorrer, conversou com a vizinha enquanto o menino acabava de morrer.
Eu tenho um filho negro, uma esposa negra. Somos pobres, cada vez mais. As perspectivas diminuem.
E editora não me deu garantia de pagamento para o dia 30 de Junho. Sempre pagam no último dia útil... talvez não paguem neste. É por isto que comprei o máximo de comida possível. não sei quando poderei comprar de novo.
É por isto que estou plantando comida. Quando a que comprei acabar, haverá algo plantado, quem sabe poderemos aliviar um pouco a necessidade, que pode ocorrer.
Durará ainda muito a pandemia , e especialmente a epidemia no Brasil.
44 mil mortos, NENHUMA ação federal em prol de quarentena. Comércios parcialmente abertos. Ruas cheias de gente.
Vai morrer gente pra caralho ainda... E ninguém vai fazer absolutamente NADA.
Tenho muito medo.
Muito.
Quero ir embora do Brasil, com meu filho e esposa, pra onde seja seguro.
Porque a epidemia, pelo jeito, será apenas um capítulo introdutório da crise que virá em breve.
Espero estar errado em tudo.
Espero que a editora pague, que eu não precise de viver de batata doce e abobora...
Espero MESMO.
Mas quanto a planos, não faço nenhum que não gire em torno das urgências e do recolhimento máximo, com exposição mínima.
De vez em quando o computador de alguém , infelizmente, pára.

Sunday, June 14, 2020

 Está tudo normal.
 Inclusive se colocada num quadro lógico de relação ecológica, uma doença com uma epidemia geral é, também, normal, principalmente de uma espécie altamente invasora e epidêmica como a nossa.
Ontem um abacate praticamente caiu  na minha cabeça.
E me pus a pensar em como fomos capazes de estragar tudo
A natureza está disposta a nos alimentar, nos convida a nos pormos em relação com ela
Mas preferimos escravizar a terra não para vivermos em relação, mas para fugirmos de todas.
No entanto, só existe vida onde existe relação.
A covid 19 é uma maneira gentil que o planeta encontrou para nos convidar às relações possíveis e importantes. 
Estas são as familiares e as com as coisas que precisamos pra viver. 
Se não está sendo possível a muita gente se relacionar com seus familiares, se muitos pais idosos estão isolados e pais e mães solteiras em suas casas isolados e crianças pequenas em casas isoladas...  Se isto tudo está acontecendo, talvez seja porque nosso modelo de casa familiar tenha falido e precise ser questionado, e o que temos são casas muito individuais. 
Se não tem sido possível ficar em casa e comer um pouco das coisas que a natureza joga na nossa cabeça, como o abacate de ontem, ou beber a água que guardamos ou escavamos, talvez seja porque nosso modelo de cidades deva ser questionado,  pois ele nos impede do que é mais necessário e básico à sobrevivência, e quem lhe garante subsistência lhe controla. 
Há saídas.
Mas a maior parte das pessoas prefere nem mesmo fazer a quarentena, quanto menos fazer os necessários questionamentos que frutificam na crise que se enseja quando percebemos que estamos "fora do normal". 
Estão, cegos, apegados a uma "normalidade"  que no fim não é normal, nem anormal, mas simplesmente normalizada, social, cultural, imposta. 
Há saídas. 
Mas provavelmente não as queremos. 

Monday, June 1, 2020

Mário Ribas

Às vezes eu olho em torno de mim aqui, e vejo você.
Sua bonita luminária, suas faquinhas, caixa de vinho, copos, sininho apontador de lápis, livros...
Em mim, uma memória bonita, um ponto de percepção de que é possível ser a gente mesmo e servir um grande interesse corporativo, como a igreja episcopal.
Eu nem sei.
Lembro de nós passeando de fusca, andando no centro da cidade, escolhendo casa, que no fim você escolheu sozinho.
E o pato cozido, os muitos vinhos, pipoca, arroz japonês com um tempero louco, curry sul africano, pé de frango.
A gente se amou, o tanto que deu. Amaríamos mais, amigo... companheiro.
Comemos às vezes, eu e tu, sozinhos, o pão do Céu...
Outras vezes nem isso. Só conversamos...
Amigo, que pena que se tornou invisível.
Por aqui a coisa anda braba, a doença cercando, e o que previa você: o fascismo! - já é infelizmente real no Brasil.
Amigo, foste cedo e fiquei com saudades. Ficamos. Digo a meu filho que você foi pra casa.
A casa deve ser realmente muito excelente, pois não voltou daí. Aliás, se quer a dica, não volte...
Amigo...
Quero um dia te encontrar, se possível for.
Mas por enquanto não.
A vida é bela, amigo. 
Que saudade de você, que embelezou minha vida por um tempo.

Saturday, May 30, 2020

Medo

Estou com medo.
Não tenho nenhum sintoma de nada.
Mas tenho medo.
Não sei se o medo é sintoma de algo, e o tenho.
Medo do que virá, PRINCIPALMENTE... medo de o Antônio precisar ser internado por COVID-19 ou qualquer outra razão. Medo que ele passe minimamente mal, medo de ter ainda mais medo, medo de travar de medo.
Também tenho medo de a Gisele ter Covid e precisar ser isolada e eu ficar com antonio sozinho, bem como medo de ter de ficar isolado dos dois.
Medo.
Medo de acabar o dinheiro ou de não se ter de onde tirar dinheiro e sobrevir a fome.
Medo.
Medo de o Jair não cair nunca, a crise se agravar ou, pior e mais irônico, medo de outra pessoa subir ao poder por qualquer mecanismo, legal ou não, e a crise se agravar.
A crise sanitária me dá medo.
Quero fugir, não há para onde e nem como fugir sem encontrar ninguém no caminho.
Medo.
Estou com muito medo.
Não tenho conseguido trabalhar nessa semana, na tradução, o tanto que acredito que preciso. Não consigo me assentar e concentrar em escrever sem que pensamentos e sentimentos terríveis me invadam e eu fique com medo, paralisado.
A paralisia de não conseguir trabalhar aumenta o medo de faltar dinheiro pras coisas necessárias.
À noite, rezo com o Antonio. Temos rezado o terço. Ele segura um terço, eu outro, e a gente reza.
Ele agradece pelas coisas que passam na TV, pelos brinquedos que tem, pela mamãe, pelas pessoas que falam no Zoom e na Câmera do Whatsapp.
Eu agradeço por tudo isto também, e porque não nos faltou nada, e peço que algum cientista descubra uma cura e que as pessoas que governam a gente nos ajudem a superar isto tudo mais rápido.
Tenho medo, muito medo.
Ele dorme enquanto rezamos, uma ave maria após a outra... eu fico acordado até 1:00 no mínimo, com medo.
As sete e meia, oito horas, acordo. Ele acorda, eu acordo. Vemos TV... Ele vê TV e eu cozinho e ao meio dia saio, e venho trabalhar e não consigo, e quando vejo já são 15, 16, 18 horas e escrevi tão pouco... e me vem mais medo.
Desejo ardentemente que isto pare, que acabe, que se ache cura, vacina, que todos peguem me morram, qualquer coisa que elimine este foco de medo, este horizonte curto, esta desesperança.
Sigo tendo fé.
A minha fé, hoje, é submeter todo o meu medo a este ardente desejo e já fazer uma míníma festa no fundo de mim porque viveremos. E lembraremos desta época, e choraremos.
Mas não será por medo.

Friday, May 29, 2020

Jaca verde é comestível depois de cozida. 
Já comi Jaca madura, achei bom porém trabalhoso. Burocrático. 
Tem uma jaqueira cheia de Jaca verde nos fundos do terreno. 
Veremos. 
Estou com muita saudade de dar um abração nos meus amigos, então acho bom que esse negócio de pandemia acabe. 
Mas Sei que levará  tempo. 
Paciência. 
Antônio tem programas preferidos na TV. É interessante. Pocoyo. 
Será que existirá pocoyo daqui uns tempo? 
Interessante mesmo. Assista.